terça-feira, 17 de outubro de 2006
Pragas urbanas
"As mudanças no clima, o crescimento da
população e as excursões ao campo
contribuem para a proliferação de bichos
nas grandes cidades"
Eles são pequenos em tamanho, mas têm potencial para tirar qualquer marmanjo do sério. Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou para que servem pernilongos, baratas, formigas e cupins, se não para infernizar a vida de todos. Poucas coisas são mais irritantes do que um pernilongo zumbindo no ouvido durante a madrugada. Ou mais frustrantes do que tentar acabar com o passeio das formigas pela pia da cozinha ou o berço do bebê. Para quem imagina que o problema está só em sua casa ou seu bairro, um consolo: eles estão por toda parte e cada vez mais presentes nos centros urbanos. Agora a má notícia: é mais fácil os seres humanos sucumbirem do que os insetos sumirem do mapa.
Baratas: é importante notar que elas habitam o planeta há mais de 300 milhões de anos e têm a maior capacidade de adaptação do reino animal. Há quatro mil espécies no mundo. No Brasil, são mais de 600. As mais comuns nas cidades são a barata de esgoto (Periplaneta americana), que vive até dois anos e tem até 800 filhotes, e a barata de cozinha (Blattella germanica), que vive um ano e gera 20 mil filhotes. Ambas têm hábitos noturnos e se concentram em locais de pouca atividade (gabinetes de cozinha, lavanderia, garagens e depósitos).
As baratas de esgoto adoram gordura. Gostam de caixas de esgoto, quadros de energia elétrica e telefonia, sanitários, porões, sótãos, forros e materiais acumulados. As de cozinha ficam em embalagens, fornos, estufas, engradados, motores de freezers e geladeiras, gabinetes de pias, frestas na alvenaria e armários.
Algumas espécies têm atração por bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja.
O tratamento e o combate às pragas urbanas requer paciência, manejo integrado e, acima de tudo, bom senso. “Formigas numa UTI de hospital podem trazer riscos à saúde, mas dentro de casa, nem sempre.
Além disso, onde há formigas não há baratas. Elas se alimentam dos ninhos de baratas”, afirma Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP).
A prevenção ainda é o melhor remédio, no caso de baratas: limpeza da casa e do terreno em volta dela, vedação de ralos, manutenção de caixas de esgoto, manejo correto do lixo.
Já com relação às formigas, os especialistas aconselham medidas básicas: manter o ambiente limpo, sem restos de comida; consertar vazamentos; rejuntar azulejos; não acumular papéis e caixas de papelão; e, principalmente, redobrar o cuidado ao levar vasos e caixas para casa, que são ótimos ninhos.
Já que a convivência com animais é inevitável, é bom garantir que, ao menos, ela se dê em harmonia. “Temos a falsa impressão de que não podemos conviver com bichos. Não podemos esquecer que somos parte da natureza”, diz Brandão, diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). Bom que os insetos saibam disso, antes que eles descubram um jeito de nos exterminar!
Fonte: Revista ISTOÉ:Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - 02/06/2004 (www.istoe.com.br)
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