Gestão 2006/2008, 2008/2010 e 2010/2012

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Férias: é hora de pensar nos nossos jovens.

A convivência com os jovens não é uma tarefa fácil para nenhum síndico, sendo que os conflitos se intensificam nas férias.

Por isso, precisamos de um maior envolvimento dos pais na questão, pois longe de seus olhares surgem problemas como namoro nas áreas comuns, bate-papo até altas-horas, desrespeito com funcionários, vandalismo, consumo de bebidas, etc...
Temos buscado manter o diálogo com a garotada sem imposições autoritárias, explicando-lhes que determinadas atitudes não são legais e que devem ser evitadas, mas tem sido difícil resolver alguns problemas.

Tomamos a liberdade de trazer à colação, por acharmos interessante e muito útil para todos nós do Residencial, a matéria A PSICOPEDAGOGIA PODE MELHORAR A VIDA EM CONDOMÍNIO de autoria de Jussara Agostini Margotti, conforme segue:

"Sabe-se que conviver em condomínio não se trata somente da parte burocrática administrativa mas, do dia-a-dia, da exigência nas manutenções, nas negociações com os fornecedores, nos serviços bancários e contábeis, bem como, o de conciliar os aspectos psicológicos em questão nas relações causa e efeito.

De acordo com o psiquiatra Içami Tiba, na prática dos seus 30 anos de psicoterapeuta, atos inconseqüentes, vandalismo, furtos em garagens, entre outros incidentes, estão se tornando cada vez mais freqüentes. Para alguns pais essas são explicações inexplicáveis.

Conforme Içami Tiba, em parte essas atitudes representam um grande erro. Ele explica: alguns pais fazem do condomínio o seu quintal e deixam os filhos praticamente a vontade. Todavia enfatiza, que a convivência em condomínio iguala por dinheiro e não por padrões morais, o que exige dos responsáveis redobrada atenção, orienta.
Ele observa que as ações praticadas por adolescentes contra o condomínio são geralmente em conjunto, o que dificulta a identificação de qual morador partiu o ato irregular. Segundo ele, este é um processo típico do adolescente. Ao conviver em grupos, os jovens passam por uma “embriagues emocional“ que altera radicalmente a educação recebida no núcleo familiar, uma convivência em que o adolescente se guarda em um “útero condominial “, cujo parto é sempre muito difícil, considera o psiquiatra.

Ele chama a atenção para outro problema de natureza delicada: o consumo das drogas por adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos.

Com a formação de grupos de adolescentes, seus componentes passam a ser mais fiéis ao grupo do que a família. Quanto a isso o psiquiatra lembra que participantes desses grupos se protegem mutuamente.

Para que o condomínio se resguarde ante fatos de natureza grave e cerceie outras iniciativas inadequadas, a investigação para identificar os culpados é o melhor cuidado para preservar os adolescentes.

Tiba reforça: “a impunidade não forma o cidadão”.


Soma, ainda, as freqüentes rixas entre adolescentes residentes em conjuntos habitacionais, gerando inclusive a formação de acirradas brigas. Por isso ele considera importante a vigilância dos pais, verificando se os jovens estão aparecendo com roupas rasgadas e escoriações. Vale ainda tornar conhecimento sobre o que fazem os adolescentes durante as horas de lazer..

Segundo a engenheira carioca Clara Steinberg, que pesquisa a cerca de 40 anos as condições de vida dos moradores de edifício de apartamentos, escolheu como experiência profissional alternativas para alguns problemas identificados em condomínios residenciais, provendo dentro dos próprios edifícios espaços devidamente planejados e equipados para o lazer, convivência e a recreação dos moradores. Viabilizou assim, espaços mais amplos, principalmente para as crianças.

De acordo com a especialista, “ambientes físicos naturais ou construídos provocam respostas humanas diferentes, sempre complexas, envolvendo atitudes, sentimentos, expectativas, valores, desejos, intenções e lembranças”. No seu entender, as pessoas não reagem ao ambiente físico, “lá fora”, mas, “ao mundo internalizado “ que é a rigor diferente de pessoa para pessoa..

Sabemos que os novos tempos exigem autodesenvolvimento.

Precisamos que cada um de nós seja colaborador e que vincule a sua competência com o todo buscando ajustar essa competência às condições trazidas pelas mudanças. Devemos admitir que precisamos ter abertura, curiosidade e humildade.

Atualmente, o síndico é o mediador dos conflitos que muitas vezes o seu papel é confundido por também ser morador, apesar de ter em suas mãos um instrumento de trabalho que é o Regimento Interno.

Supõe-se que as diferenças socioculturais, individuais e valores de cada família, a educação das crianças recebidas pelos pais, o não estabelecimento de limites, a falta de diálogo, a falta de solidez nas informações quanto às regras da sociedade e do condomínio, torna-se muitas vezes difícil a convivência entre as famílias.

Outro fator marcante que influência diretamente no bem estar seria a instabilidade econômica junto aos interesses particulares, bem como, associados aos fatores medo e insegurança dos locais freqüentados.

Atualmente, os condomínios configuram-se como empresas, sem finalidade lucrativa, mas que possui ativo, passivo e funcionários que compõe o patrimônio habitacional, gerido pelo síndico e conselho consultivo deliberativo.

A conjuntura global afeta diretamente os condomínios pois, o risco do desemprego, o aumento das taxas de juros e serviços, aliados a possíveis problemas de ordem trabalhista ou mal gerenciamento das rotinas administrativas, podem colocar em risco a manutenção do condomínio levando à degradação do imóvel, à inadimplência e ao endividamento.

Na era da globalização, do qual a diversidade de informações e concorrências se dispõe, os desafios provocados diariamente, a falta de poder aquisitivo financeiro, a falta de tempo, vem comprometer até mesmo estruturas administrativas que já trabalham de forma organizada vivendo sua realidade. Temos que ser participativos, capacitados, cheios de coragem, desafiadores e permanecer num constante diálogo nas mais diferentes áreas de atuação.

Para Clara Steinberg, até o presente momento, de todos os dados analisados e postos em prática nos condomínios à níveis de amenizar e proporcionar resultados benéficos foram os condomínios que incluíram jogos, brinquedos recreativos, prática desportiva, ginástica, atividades recreativas como:

música, dança, dramatização, artesanato, entre outros, criação de um informativo, reuniões sociais e festas comunitárias, teatro infanto-juvenil, cursinhos avulsos como: fotografia, serigrafia, jardinagem, decoração de interiores, confecção de presentes, torneios de pingue-pongue, vôley e futebol (interno e externo) enfim, atividades que geram ocupação e desfazem o clima de descontentamento sem ter o que fazer.

Conclusão: É importante dizer que os instrumentos básicos à convivência coletiva são o conhecimento da Convenção como norma estabelecedora de deveres e garantidora de direitos, bem como, o Regimento Interno, por meio do qual é possível definir e aprimorar as normas que convergem para o bem viver dos moradores, estabelecendo uma cumplicidade entre o síndico e a Convenção como suporte para se viver democraticamente, o que forma o conceito de como se vive em condomínio.

Observamos que com a modernização e o surgimento de empresas especializadas em administrar condomínios a tendência é a contratação dessas empresas para assessorar a pessoa do síndico e fornecer ao condomínio serviços especializados".



Fonte:http://www.psicopedagogia.com.br

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